Por: Fabrício Rossi
Como são feitas as drenagens de um campo de futebol!
O Sistema de drenagem é o responsável por coletar as águas de chuva e conduzirem para fora do campo do espetáculo em um dia de chuva intensa. O objetivo é retirar o máximo de água que cai sobre o gramado para que o jogo não seja prejudicado, em outras palavras, evitar o encharcamento do gramado.
As drenagens de um estádio são dimensionadas para resistirem a uma chuva com tempo de retorno de 100 anos. Os sistemas podem ser convencionais ou a vácuo. Esse mesmo sistema de drenagem pode e deve ser utilizado no campo society do seu sítio ou fazenda.
Os sistemas mais aplicados são os de drenagem por gravidade por espinhas de peixe ou espinhas paralelas com a utilização de tubos perfurados. Os tubos podem ser “tubo dreno perfurado”, PEAD perfurado, ou até mesmo, manilhas de concreto perfuradas, dependendo do tamanho do campo e da capacidade de drenagem.
Para um campo society o tubo dreno perfurado é a solução com melhor custo benefício. O diâmetro do tubo (DN) varia de 65mm a 150mm (tubo de 110mm atende a maioria das situações, mas não deixe de contratar um profissional habilitado para fazer o dimensionamento e emissão de RT (responsabilidade técnica).
Além da tubulação perfurada há outros itens importantes para o correto funcionamento do sistema de drenagem:
1. Camada de terra vegetal para plantio da grama (cerca de 10cm);
2. Camada de areia grossa + terra vegetal (cerca de 10cm). Essa permite a permeabilidade do solo, que a água penetre no solo em direção ao dreno;
3. Camada de brita 19mm, brita 1, ao redor do tubo dreno, envolvida por uma manta sintética geotêxtil tipo Bidim. A função da manta geotêxtil é auxiliar na filtragem e evitar o entupimento do dreno;
O dreno espinha de peixe conduz toda a água de sub-ramais de dreno para um ramal único que é ligado na rede de drenagem. Esse tipo de dreno consegue cobrir toda a área do campo e, além disso, trabalhar com menores profundidades. A declividade ideal é de 1%, assim não acumula água na rede. Se necessário pode-se trabalhar com 0,8% como declividade mínima, mas evite. Veja os dois esquemas:
O dreno com espinhas paralelas também cobre todo o campo, mas por terem maiores comprimentos, exigem profundidades maiores, mesmo com a declividade de 1%. Veja o esquema:
A escavação deve ser feita de acordo com a marcação topográfica respeitando a declividade, nesse caso, 1%. Uma declividade de 1% significa: a cada 1 metro escavado na horizontal, declina-se 1 centímetro na vertical. Exemplo: se uma linha da espinha tem 20 metros de comprimento, a diferença de cota (na vertical) do ponto mais alto para o ponto mais baixo é de 20 centímetros.
A manta geotêxtil deve ser colocada de modo que preencha todo o fundo, as laterais e, ainda, sobre espaço para o fechamento superior.
A brita 19mm (brita 01) deve ser colocada no fundo formando uma camada de 10cm ao longo de toda a vala. Em seguida coloca-se o tubo dreno perfurado e completa-se toda a vala com brita, fechando toda a vala.
Após feito o enchimento com brita fecha-se a parte superior do dreno com a manta geotêxtil, inclusive com trespasse entre as abas. Veja:
Macete 01: A ligação dos tubos dreno dos sub-ramais com o ramal da espinha é feito com uma cruzeta dupla. As pontas das espinhas são fechadas com tampão cego tipo CAP.
Macete 02: na foto abaixo, veja as fotos das camadas: grama, argila, areia + argila, areia grossa, brita + dreno.
Macete 03: a manta geotêxtil é vendida, em média, em rolos de 250,0m de comprimento por 2,40m de largura.
.